sexta-feira, 24 de junho de 2011

Prática esportiva na infância ajuda no desenvolvimento físico e mental


Estimular a criança a se exercitar é um dos papeis fundamentais dos pais. Inserir o filho na prática esportiva colabora para seu desenvolvimento físico e mental, além de criar a cultura esportiva. Até os seis anos de idade, as atividades devem ter um caráter recreativo e lúdico, já que somente a partir dos sete, ela tem capacidade de executar movimentos mais complexos.

O professor e diretor da Escola de Educação Física e Esporte da USP Ribeirão Preto, Valdir Barbanti, afirma que não existe uma idade ideal para começar a prática esportiva. "A princípio, as atividades físicas devem ter o caráter de recreação, em forma de brincadeiras e jogos, ou toque lúdico. A criança tem que praticar uma atividade que lhe dê prazer", ressalta.

De acordo com Barbanti, antes dos seis anos, como o sistema nervoso ainda não está completo e maduro, a criança não está habilitada para técnicas que exigem movimentos complexos e golpes com tempo e coordenação exatos. "Somente a partir dos sete anos é que ela terá capacidade de aprender, assimilar e executá-los de forma precisa", explica o professor.

Modalidades

Com tantas opções de prática esportiva, a escolha nem sempre é uma tarefa fácil para os pais que desejam proporcionar este contato desde cedo para os filhos. A maioria seleciona a partir de sua própria formação cultural, afinidade ou pelas características de cada esporte. Mas é preciso ficar atento ao desejo da criança, para que ela se sinta motivada.

O professor sugere que o pai leve o filho para assistir aulas de várias modalidades. "A criança deve ser exposta a diversas atividades, para que tenha opções de escolha, até que desperte o interesse por uma ou outra. A decisão deve ser da criança", afirma Barbanti. Se for obrigada a fazer um esporte da preferência dos pais, a possibilidade de tomar aversão ou largar na adolescência será bem maior.

O professor cita o futebol como um dos esportes mais aceitos na infância. Pela própria cultura brasileira há uma motivação e um atrativo natural. "Os esportes coletivos desenvolvem a socialização, o sentimento de pertencer a um grupo", acrescenta.

Natação
Piscina é indicada a partir de três meses

A natação é uma das atividades mais indicadas para os primeiros anos de vida. "Ela é muito importante porque a resistência da água é menor e a criança aprende a se deslocar no meio líquido. Os movimentos ajudam no crescimento e a desenvolver a capacidade respiratória e circulatória", comenta o professor Valdir Barbanti.

A adaptação ao meio líquido, de forma prazerosa, e a questão da sobrevivência são fundamentais na estimulação aquática. Desde os três meses a natação pode ser praticada por bebês acompanhados dos pais. "A mãe é o porto seguro da criança, que repete todos os movimentos executados por ela", explica Cristina Darahem, professora da Academia Nado Livre.

A partir dos três anos completos a criança já entra sozinha na piscina. Começa a aprender, de fato, a sobrevivência na água.

Flutuação, equilíbrio, coordenação e força são os objetivos da aula. A criança é motivada a fazer os exercícios através de estímulos como brinquedos, bolinhas, espaguetes e tapetes. Subir no tapete, por exemplo, exige força. As cantigas também colaboram para o ambiente lúdico. "Ela aprende brincando. Tudo precisa ser feito através de estímulos e brincadeiras", diz.

Para Cristina o esporte ajuda a dar limites, seguir regras e a respeitar o outro. Nada melhor que ter esse contato desde cedo. "A mãe deve estimular e não ceder na primeira vez que a criança sente vontade de desistir do esporte", orienta a professora.

Karatê
Artes marciais como brincadeira

Há cerca de dois anos o Instituto Ricardo Aguiar passou a ter uma turma baby de karatê para crianças entre quatro e cinco anos. As aulas mesclam a técnica com o lúdico, tudo fundamentado nos princípios orientais. Ao invés de competições, as crianças participam de jogos. "É o lúdico que permite à criança captar os exercícios e estimula o prazer", diz o professor e técnico da seleção paulista de Karatê, Ricardo Aguiar.

Ele explica que 60% da aula é voltada para a técnica e os outros 40% são pontos lúdicos. "Elas estão brincando, mas estão física e cognitivamente ativas". Com o karatê a criança tem uma evolução da coordenação motora, do comportamento adequado e do interesse pelo esporte.

Segundo Aguiar, em 90% dos casos os pais procuram o Karatê pela disciplina que a arte marcial proporciona. Na aula não existe cobrança na perfeição dos movimentos e na execução técnica, mas é observada a regularidade de frequência, o envolvimento e o comportamento da criança. "Se a exigência for muita a aula se torna cansativa e metódica. A versatilidade é essencial para prender a atenção da criança", diz.

Por Valeska Mateus

fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias/pratica-esportiva-na-infancia-ajuda-no-desenvolvimento-fisico-e-mental

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